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OLÁ,

Fantasmas

Tipos de Gêneros dramáticos: Tragédia
VejaSP:
  • Direção: Roberto Alvim
  • Duração: 70 minutos
  • Recomendação: 16 anos

Resenha por Dirceu Alves Jr.

O ano de 2015 começou barra-pesada para o diretor Roberto Alvim e sua companhia, o Club Noir. A sede do grupo, no Baixo Augusta, não sucumbiu às dívidas graças a uma ação em um site de financiamento coletivo. A crise parece ter acelerado ainda mais a criatividade do artista, que já havia lançado nesse semestre dois belos trabalhos, Caesar – Como Construir um Império e O Balcão, e alcança a maturidade com a adaptação dessa tragédia escrita pelo norueguês Henrik Ibsen em 1881. Suas obsessões estéticas, como a iluminação difusa, quase na penumbra, estão equilibradas diante um afinado quinteto de atores e de uma história exigente, mas compreensível para quem se permitir prestar atenção nos diálogos. Na trama, uma viúva (interpretada por Juliana Galdino) projeta a inauguração de um orfanato em homenagem ao marido. O retorno de seu filho (representado por Mário Bortolotto), depois de longa ausência, e o embate com pastor corrupto (papel de Guilherme Weber) começam a desestruturá-la gradativamente. Por fim, a criada (a atriz Luísa Micheletti) entra em conflito com o padrasto (o ator Pascoal da Conceição) disposto a prostituir e, nessa atmosfera, os limites entre o delírio e a realidade se estreitam. Destaques do elenco, Juliana atribui a cada palavra um peso compatível às angústias da personagem, e Bortolotto, lapidado pelo diretor, surpreende até o público habitual de seus espetáculos. Estreou em 7/11/2015. Até 13/12/2015.