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OLÁ,

Dzi Croquettes

VejaSP:
  • Direção: Tatiana Issa e Raphael Alvarez
  • Duração: 110 minutos
  • Recomendação: 10 anos
  • País: Brasil
  • Ano: 2009

Resenha por Alex Xavier

Nos anos 70, o performático grupo carioca Dzi Croquettes desafiou a censura do regime militar com purpurinas e irreverência. Ícones da liberdade de expressão e do movimento gay, seus integrantes fizeram sucesso também na Europa. Fonte de influência para muitos artistas, a inovadora trupe é desconhecida das novas gerações. Para corrigir isso, estreia em boa hora o comovente documentário premiado pelo público na última Mostra Internacional de São Paulo. Tudo teve início em 1972, quando amigos cansados da mesmice da cena cultural brasileira decidiram formar um conjunto. O ator Wagner Ribeiro e o coreógrafo americano Lennie Dale dividiam a liderança, mas todos os treze integrantes (Paulette, Cláudio Tovar, Cláudio Gaia e outros) contribuíam na criação dos shows. Vestidos de mulher ou em escandalosos trajes sumários, eles não eram bem drag queens — não tinham a preocupação de esconder a perna peluda ou a cara barbada. Sob o lema “o amor constrói”, misturavam números de dança ensaiados à exaustão, canções dubladas ou não, muito humor e uma boa dose de crítica social e política feita com escracho e ironia. Com base em um farto arquivo de fotos e raras imagens em super-8, o filme revive a trajetória dos Dzi Croquettes e revela histórias (divertidas e tristes) de bastidores. Também foram entrevistados alguns membros e pessoas que conviveram com o grupo. Entre elas, o cantor Ney Matogrosso, a atriz Marília Pêra, o jornalista Nelson Motta e a estrela Liza Minelli, verdadeira madrinha deles na carreira internacional. Tudo é muito autêntico, a começar pelo envolvimento da codiretora, a atriz Tatiana Issa. Filha do cenógrafo Américo Issa, que pertencia ao grupo, ela cresceu entre os artistas e presta aqui uma sincera homenagem a essa tresloucada e impressionante família. Estreou em 16/07/2010.