Bingo – O Rei das Manhãs
- Direção: Daniel Rezende
- Duração: 113 minutos
- Recomendação: 16 anos
- País: Brasil
- Ano: 2017
Resenha por Miguel Barbieri Jr.
Premiado montador de Cidade de Deus, Tropa de Elite e RoboCop, Daniel Rezende estreia como diretor de longa-metragem em um trabalho primoroso. Com roteiro redondinho de Luiz Bolognesi e refinadíssima recriação de época, Bingo — O Rei das Manhãs enfoca a trepidante trajetória de Arlindo Barreto, hoje com 64 anos. Filho da atriz e jurada de calouros Márcia de Windsor (interpretada por Ana Lúcia Torre), Barreto foi ator de pornochanchadas e teve um filho com uma atriz de telenovelas. Pai sempre presente, tomou uma decisão arriscada ao fazer um teste, no SBT, para interpretar o palhaço Bozo (aqui batizado de Bingo), no início da década de 80. Fez sucesso. O vício em cocaína e as baladas, contudo, levaram-no para outros caminhos. Mesmo sem dar nome aos “bois”, a trama traz à cena personagens reais (como a cantora Gretchen) envolvidos em situações polêmicas. O êxito está em dois lados: na sinceridade como a história é contada e na realização esfuziante de Rezende. Na pele do protagonista, um inquieto Vladimir Brichta encontra seu melhor papel no cinema. Estreou em 24/8/2017.