Resenha por Jonas Lopes:
Um
dos nomes incontornáveis do século XX, o suíço
Alberto Giacometti (1901-1966) tem uma ampla
porção da carreira abordada na extraordinária
retrospectiva em cartaz na Pinacoteca, desde já
uma séria concorrente a melhor exposição de
2012. A mostra, cuja maioria das obras vem da
Fundação Alberto e Annette Giacometti, de Paris,
reúne 280 trabalhos, espalhados por doze
salas, além do octógono, onde foram posicionadas
algumas de suas célebres figuras esguias.
Giacometti desempenhou na arte uma função
semelhante à do irlandês Samuel Beckett
na literatura e no teatro: explorou a
fragmentação psicológica e sentimental do
homem moderno, marcado por guerras
sem sentido e por uma relação dúbia com
a natureza. Despia, assim, as esculturas ao
máximo, até transformá-las em meros fiapos,
tão agônicos quanto inertes, embora
repletos de nuances, principalmente nos
bronzes. Há ainda desenhos, gravuras, peças
decorativas e pinturas de cunho expressionista.
A admirável curadoria de Véronique
Wiesinger recupera trabalhos da juventude,
traça paralelos com as máscaras
africanas e apresenta ao espectador fotografias
que capturam o dia a dia no ateliê
do gênio. De 24/03/2012 a 17/06/2012.