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OLÁ,

A Cor Púrpura

Tipos de Gêneros dramáticos: Musical
VejaSP:
  • Direção: Tadeu Aguiar
  • Duração: 180 minutos
  • Recomendação: 12 anos

Resenha por Dirceu Alves Jr.

Em 1986, um filme dirigido por Steven Spielberg tornou conhecidos o romance publicado por Alice Walker e sua protagonista, a atriz Whoopi Gold­berg. Com essas credenciais, A Cor Púrpura ganha versão brasileira, assinada por Artur Xexéo e inspirada no musical de Marsha Norman, Brenda Russell, Allee Willis e Stephen Bray, lançado na Broadway em 2005. A temática racial, base óbvia da trama, ambientada na primeira metade do século XX, tem o reforço de carregadas tintas referentes à opressão feminina e ao longo caminho rumo ao empoderamento. A sofredora Celie (interpretada por Letícia Soares) comeu o pão que o diabo amassou. Foi afastada da irmã Nettie (a atriz Ester Freitas) e viveu resignada por anos ao lado de Mister (o ator Sérgio Menezes). A convivência com Sofia (Lilian Valeska) e Shug (Flávia Santana), mulheres capazes de desafiar as imposições sociais, abre sua cabeça para novas perspectivas de vida e, inclusive, de uma carreira profissional. Sob a direção de Tadeu Aguiar, A Cor Púrpura não é um musical de canções, apesar da trilha sonora de ritmos variados, e pode desapontar os fãs do gênero acostumados a produções formatadas. Sua força reside na dramaticidade dos intérpretes e no bom texto que os apoia. Letícia Soares tira proveito de sua Celie e surpreende no equilíbrio da emoção durante as transformações da personagem. Nada é tão exagerado, tampouco frio, como atestam os trabalhos de Sérgio Menezes e Lilian Valeska. A entrada em cena de Flávia Santana, com charme e naturalidade, garante um novo fôlego ao espetáculo e faz da atriz um destaque no elenco de dezessete atores e oito músicos. Direção musical de Tony Lucchesi (180min, com intervalo). 12 anos. Estreou em 6/12/2019.