Bagaceira

Resenha por Saulo Yassuda

Um emaranhado de caixas de cerveja divide espaço com geladeiras, fregueses, cadeiras de latão, mesas de madeira, mais fregueses… No meio dessa baguncinha boa, incluindo a prosa na calçada, o Bagaceira conquistou uma legião de seguidores, mesmo com a profusão de novos botecos por aí. A presença constante dos sócios, pelo menos de dois deles — o bartender Thiago Pereira e o chef Thiago Maeda —, e o capricho cada vez maior no cardápio ajudaram a casa a retor- nar ao topo do pódio de melhor boteco da cidade por VEJA SÃO PAULO COMER & BEBER, prêmio conquistado tam- bém em 2022. Maeda se sente cada vez mais à vontade em utilizar ingredientes e técnicas asiáticas, a marca dele, no re- ceituário botequeiro (o grupo também é dono do vizinho Koya88). O tradicional churrasquinho de contrafilé é preparado com a carne grelhada após passar por uma marinada adocica- da, à moda coreana, com queijo prato, vinagrete e maionese. É o chamado bulgogui brasileiro (R$ 36,00). E o croquete de milho e queijo maturado (R$ 42,00, cinco unidades) é, na realidade, um korokke, à moda japonesa, com massa de bata- ta, servido com ketchup de curry. Ainda tem vinagrete de lula na brasa com fava, que poderia ser um pouquinho mais firme, linguicinha curada, abacaxi tostado e pimenta-de-cheiro (R$ 39,00). As cervejas em garrafa de 600 mililitros (de R$ 15,00 a R$ 23,00) têm a saudável concorrência dos drinques de Pereira. Pode ser algo mais fresquinho, como o cupuaju (R$ 33,00), de gim, creme de cupuaçu, vinagre de caju, cítricos e xarope de amêndoa, com uma camadinha de bitters aromáticos por cima, ou algo mais cremoso e rico, como o focus preto, uma batida de pão de mel (R$ 25,00).

Informações checadas entre agosto e setembro de 2025.

• Vila Buarque